sábado, 19 de janeiro de 2019

#02 - Batman - A Piada Mortal

Comentário geral
Porque um vilão é um vilão? O que o leva a passar de uma pessoa comum a alguém ruim e que prejudica os outros? E em um nível tão alto que atrai a atenção do Vigilante da cidade? E até mesmo a se tornar O MAIOR inimigo dele? De todos os grandes inimigos do Batman, sem dúvida o Coringa é o mais conhecido! Sem citar ele, quais outros você lembra assim ‘no susto’? Comente quais passaram na sua mente e qual deles consideraria SUPERIOR ao Coringa.

Eu considero esta obra realmente como a grande obra que é, pois seu nome ‘A Piada Mortal’ é sempre citada entre grande obras dos quadrinhos, mas... POR QUÊ?! Bom, a razão é que além de ser uma história do Batman atrás do Coringa como tantas que existem, ela conta a sua ORIGEM, afinal ele um dia teve que começar, um dia ele deu seu primeiro passo como um ser de repleta loucura. E é isso que vemos acontecer nesta obra. PORTANTO SAIBA QUE TEM SPOILER À FRENTE!
Destaque
Garanto que você já deve ter visto essa imagem da capa em algum lugar por aí, seja em um adesivo, um caderno, uma mochila, sei lá. Mas essa imagem do Coringa com uma câmera fotográfica é de fato assustadora se entendermos em que contexto ele fez algumas fotos na história: para ‘provar que o crime compensa’, ele atira em Bárbara Gordon, a filha do Comissário Gordon, e tira fotos dela nua e sangrando no chão com o ferimento de bala que a deixaria na cadeira de rodas. Enquanto a fotografa, leva o Comissário para um parque de diversões para deixá-lo louco! Utilizando de muito terror psicológico e físico para cima dele, Coringa quer mostrar que qualquer um se posto sob pressão acaba com a mente em pedaços.
A obra tem como destaque não apenas o roteiro de Alan Moore, mas os traços ricos de Brian Bolland que sempre tem algo a mais para mostrar se você prestar atenção na cena além do que é o foco principal. Tem sempre um algo a mais. Um exemplo é quando Bárbara está agarrando a capa do Batman na altura do peito no canto da página perguntando o que o Coringa estaria fazendo com seu pai e na sequência ao virar a página, temos outras mãos na mesma posição, mas é um Anão com olhos arregalados despindo o Comissário. Isso só para citar UM exemplo do quão grande uma obra pode ser se prestarmos mais atenção no que é mostrado discretamente.
Melhor e pior momento do volume
Sabe quando vemos por aí grandes provérbios ou frases tirados de lugares que nem sabemos se existem mesmo? Como frases de Clarice Lispector que (quase) ninguém tem o trabalho de ver se foi ela mesma quem disse aquilo? Bom, uma dessas frases ‘dela’ pode ter sido dita pelo Coringa na verdade. Que loucura, não? Hahahaha. E a GRANDE frase dele, o GRANDE questionamento, o GRANDE levantamento dele nesta obra é sobre o que torna um Homem em alguém diferente, LOUCO! Basta apenas UM ÚNICO dia ruim e BUUM! Pronto, uma pessoa comum desaparece e dá lugar a outra insana, ou doente. E trazendo para nossa vida, como isso tem acontecido! Uma insatisfação, uma decepção, um rompimento, uma demissão, uma briga e lá se vai uma pessoa calma e chega uma pessoa que é puro estresse e violência.
Uma coisa que  eu digo com convicção é que os quadrinhos são muito mais profundos do que se pode imaginar. Não só histórias do Batman, Superman ou X-Men, como também os mangás. E todos eles tem histórias com superação e vitória, mesmo que venham derrotas e dificuldades. E neste encadernado temos na história principal uma perseguição do Batman para salvar o Comissário das mãos do Coringa enquanto é mostrada a origem do Coringa: ele queria trabalhar como comediante (fazendo stand-up, não é mesmo? Hahahahaha. Quem leu sabe.), mas sem sucesso. E desempregado, ele acaba se juntando com dois bandidos que querem entrar em uma fábrica e o único que sabe das falhas de segurança e conhece o lugar é esse pobre desgraçado. Com a esposa grávida, ele tem que ganhar um dinheiro e assim seria um jeito fácil, mas acaba dando errado e a polícia aparece. Disfarçado de Capuz Vermelho (um outro bandido de Gotham na época) ele acaba perseguido pelo Batman, mas cai nas águas poluídas da Fábrica de Baralhos Monarca, e é arrastado pela correnteza. Quando consegue sair da água, sua pele arde e coça, e quando tira o capacete e capa vermelha e se olha no reflexo de uma poça de água da chuva, ele vê sua pele totalmente branca, os cabelos verdes e os lábios bem vermelhos. E então ri. Nasce ali O Coringa. (Talvez ESTA sim você já tenha visto!)
Sem dúvida um ‘detalhe’ que chama a atenção são as cores nesta parte do flashback. Elas são basicamente em cinza e pequenos detalhes de um vermelho bem lavado que começa em uma bacia com tentáculos de polvo, papel pega-mosca e conforme a história avança, o vermelho vai ficando mais vivo, incluindo os camarões no bar e na capa e capacete do Capuz Vermelho. E na última cena do flashback com o primeiro sorriso do Coringa, o vermelho é a cor mais viva que já se viu! Ah, sim! O que é triste na história é que a motivação para todo o crime é perdida em um acidente doméstico: a esposa Jeannie morre ao testar um aquecedor de mamadeiras... Será que se ela estivesse viva e o Batman não tivesse surgido naquela noite, as coisas seriam muito diferentes? (A segunda imagem que ilustra esta postagem ("Quê?") é do momento em que um polícial dá a notícia da morte da sua esposa).

Claro que temos mais histórias, que são uma de oito páginas do Brian Bolland mostrando um homem comum que queria gastar o seu ‘réu primário’ fazendo alguma coisa realmente má, mas sem ninguém saber (o que não necessariamente gastaria sua condição), que era matar o Batman sem nenhum aviso, dica ou rastro. Apenas fazer o serviço e pronto. Depois, somos brindados com a primeira história em que Coringa aparece! Uma história simples, mas completamente capaz de nos prender do início ao fim! Mostrando-se um bandido que cumpre pontualmente suas ameaças de morte e roubo dos grandes ricos da cidade, ele deixa suas vítimas com um macabro sorriso no rosto. Mas nenhum desafio é grande para Batman e Robin! E nesta história da primavera de 1940 somos apresentados a um dos maiores vilões das histórias em quadrinhos!
Capa
A capa, como já comentei, mostra o Coringa com a câmera fotográfica dizendo um belo ‘Sorria!’, mas sem dúvida, conhecendo o mal feitor, será que vai ser apenas uma foto normal, ou ele vai lançar um dardo envenenado ou alguma coisa assim? Hahahahaha. Na lombada temos a logo da Panini Books, o nome da Obra e os nomes do roteirista e do desenhista e por fim o nome ‘DC Comics’. Na contra capa temos o sorrisão do Palhaço do Crime que é muito feliz ao semear morte e loucura! Temos um texto de descrição da obra e sem dúvida é muito convidativa para a compra pois nos deixa curiosos.

Você conhece a obra? Já leu? Concorda comigo? Discorda? Diz aí nos comentários. Quero saber da sua opinião. Não só aqui, mas em todas as postagens que você ler. Vamos conversar. Vamos nos conhecer. E uma última pergunta: você já teve um dia ruim que o transformou? Ou um dia feliz teria mais força para mudar você?
“Loucura é a Saída de Emergência!”

Ps: Desculpe, mas não vou entrar na questão de se o Batman matou ou não o Coringa no final da história. Vou deixar em aberto se alguém quiser puxar esse assunto.

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