Aquaman

E aí, pessoal! Tudo certo?

Bom, sejamos sinceros: quem não torceu o nariz quando foi anunciado que o Aquaman estaria nos filmes da DC? A imagem que temos dele, sem querer, acaba sendo de um Super-Herói menor e fraquinho entre os mais poderosos. Em grande parte pela participação do personagem no desenho dos Super Amigos que gerou tantos memes na internet, não é mesmo? Mas quando foi divulgado o nome de quem o interpretaria nos cinemas houve um grande alvoroço: seria Jason Momoa, o Khal Drogo de Game Of Thrones! Quando apareceu mesmo como o personagem, foi em um ‘anúncio’ do que seria o próximo filme dentro do filme Batman VS Superman. Ele não tinha a pose e/ou expressão do personagem loirinho de colant laranja e verde (GRAÇAS A DEUS!!), mas se aproximava mais do personagem mais forte e até com um arpão no lugar da mão. E ainda assim tinha uma identidade particular.

Realidade era o que havia se tornado o filme da Liga da Justiça que muitos sonhavam desde a época do desenho que passava no SBT e um sonho mais antigo ainda de quem acompanhava estes heróis nos quadrinhos. Filmes do Superman, Batman e séries com Flash, Mulher Maravilha já tivemos antes, mas eles, junto com Ciborgue e Aquaman, formado a Liga, era outra conversa. O filme pode não ser dos melhores, é verdade (e parte do ‘descrédito’ deve-se ao mal tratamento da retirada do bigode do Henry Cavill, vamos concordar), mas colocar todos eles juntos em cena foi algo muito emocionante.

Até que veio o anúncio do filme solo do Aquaman para acrescentar mais vida ao Universo Cinematográfico da DC (UCDC) junto com com “Homem de Aço” “Batman Vs Superman – A Origem da Justiça” e “Mulher Maravilha” e enquanto não saiu o filme, muito se especulava e teorizava sobre como seria o tom do filme, já que (apesar do Momoa já ter interpretado Arthur Curry no filme da "Liga da Justiça") era difícil ligar o ator ao personagem em um filme em que ele seria o destaque.

Só posso dizer que o filme acabou tendo um sucesso imenso (até o momento arrecadando US$ 940 milhões em bilheterias no mundo e pode crescer mais, já que enquanto escrevo o filme continua em exibição), e muitos elogiam que a DC finalmente encontrou o caminho para uma trilha de bons filmes semelhante ao que a concorrente vem fazendo há quase 11 anos com o Universo Cinematográfico da Marvel (UCM). Eu pessoalmente gostei do que fizeram no filme, toda a história de ‘não quero me envolver com isso, mas já que estou até o pescoço nessa bagunça, vou MERGULHAR fundo nela’ (Desculpe, não resisti. Hahahahahaha!), as outras raças dos Reinos Marinhos, as batalhas, a forma com que foi apresentada e trabalhada toda a movimentação dos corpos, cabelos, vestimentas, armas e armaduras e toda a fauna submarina. As razões, motivações e lutas com o Arraia Negra foram bem colocadas no filme, já que além de ter essa ameaça para lidar no começo do filme, e depois retornar para uma vingança, Arthur também tinha outras coisas pra fazer enquanto isso. Arraia apareceu, foi derrotado, se fortaleceu, voltou para se vingar, lutou, foi derrotado e pronto, mais ação crescendo a cada minuto de filme, até chegar no final que foi bem escrito na minha opinião.

Imaginar Jason Momoa interpretando o Aquaman era um exercício de imaginação bem difícil e agora difícil de imaginar outra pessoa que pudesse estar ali. Que ator poderia interpretar aquele Aquaman loiro de olhos claros dos Super Amigos? Hahahaha. Em alguns momentos era difícil ver a atuação dele e não ver o quanto estava tão unido ao personagem tanto quanto Robert Doney Jr e Tony Stark, já que em alguns momentos eu achava que antes de partir para uma batalha, Arthur faria o HAKA que o ator gosta de apresentar em algumas ocasiões (aliás, foi com esta dança típica do povo maori que ele ganhou o papel em GoT na sua audição!). Isso foi ruim? Não! Só mostrou que a preparação para o papel foi grande e deu um novo ar ao personagem, talvez da mesma forma como o Heath Ledger redefiniu o Coringa na Trilogia do Nolan, mas de uma forma menos intensa, mas ainda assim dando uma nova cara ao personagem que montava peixes-voadores e grades cavalos marinhos.

Ler quadrinhos hoje em dia é algo muito diferente de 10 ou 20 anos atrás (para não ir muito longe), já que devido ao sucesso de filmes como os da Liga ou dos Vingadores, criou-se uma legião de fãs que não conheciam direito estes personagens, mas que depois de irem ao cinema, tornaram-se desejosos de conhecer mais sobre aqueles personagens que mostraram um pouquinho do que existe a muito mais tempo do que muitos de seus espectadores tem de vida. E hoje há a publicação de diversos tipos de histórias em quadrinhos com os mais variados personagens, histórias, preços e formatos. Tudo para agradar um público cada vez mais crescente e presente. Só torço para que não fique saturado o mercado de filmes e demais produtos, ou haverá uma queda da qual será difícil se reerguer por mais poderes que tenham os personagens...

Em resumo, a DC parece ter achado uma boa maneira de contar histórias no cinema, sem copiar a Marvel, mas também sem ter tentado inventar a roda, mas ainda assim encontrou um bom caminho. Torço para que a qualidade dos filmes só cresça. Afinal quem ganha somos todos nós! Pois quanto mais difícil fica nos espelharmos em ‘gente de verdade’, mais estes ‘personagens inventados’ podem nos ajudar nos momentos de dificuldade, e tristeza. Há, só para citar um caso, a história de uma menina que iria cometer suicídio, mas leu uma revista do Superman em que ele ajudava e encorajava uma pessoa a encarar a vida apesar das dificuldades e a não pular do prédio onde ela já estava. E agarrando-se às palavras de uma ‘revista pra criança’, uma vida foi salva no mundo real. Essa menina foi salva graças à um herói da ficção que trouxe muito mais do que uma história colorida e cheia de invencionismos para vender. E nós? Além das pessoas do mundo real, em quais heróis estamos nos espelhando para criar um mundo melhor? Os Super-Heróis dos quadrinhos transmitem seu legado a nós que os lemos. Estaríamos deixando eles orgulhosos? Espero sim.

Um abraço molhado a todos!

Aquaman pode comandar UM EXÉRCITO DE TUBARÕES, POARR!